Lembro-me muito bem da primeira vez que vi uma revista tentando um recurso diferente para chamar atenção. Em Maio de 1997, chegou à minha casa a nova edição da revista Super Interessante, com a curiosa descrição: “Cheire esta revista”. Constrangimento a parte, aproximei-me da revista e pude sentir um cheiro de banana exalar da folha. Eu não consegui encontrar essa edição para colocar exatamente a descrição, mas lembro que eles utilizaram uma técnica de impressão de micro partículas com a fragrância da fruta.

Por mais simples que este recurso pareça ser, o resultado final foi, na minha opinião, bem legal. Foi um diferencial. De lá pra cá, novos recursos tem sido lançados para captar a atenção do leitor. Com novas idéias. Novas tecnologias. Ainda bem, pois, ficar na mesma estratégia do olfato, não daria muito certo.


Uma técnica que tem ganhado novas adesões é a Realidade Aumentada. Apontar a revista para a webcam e ver uma projeção tridimensional na tela do computador, além de estar cada vez mais comum, tem dado certo. Recentemente, as revistas Veja e a Trip fizeram um exemplo em baixa e alta qualidade, respectivamente.

Em Outubro do ano passado, a revista Esquire colocou na capa de sua edição a primeira tentativa de movimento em uma folha. Sob uma filosofia, digamos, AlbertoRobertica, ela destacou o seguinte dizer: “O século 21 começou agora”. O resultado você pode ver abaixo:



Tirando a publicidade gratuita que a revista ganhou, o recurso acabou não sendo bem recebido. Além de não contribuir com o conteúdo da revista, gerou apenas poluição visual. Ficou parecendo um banner em GIF bem simples. Como diria o Brϋno: isso é tão 1995.

Semana passada, surgiu a última novidade: reprodução de vídeo na revista Entertainment Weekly. Uma campanha da Pepsi sobre as novas atrações do canal americano CBS (com a apresentação do ótimo Jim Parsons). De uma olhada no resultado final:



Segundo a Wired, o anuncio é um tanto barulhento e não tem controle de som. Ou seja: é para ter o efeito Plantão da TV Globo. Convenhamos: para quem não saiba do recurso, deve ser uma grata surpresa. Não a nível Ninendo 64, é claro.

Como novidade, esse recurso é válido. Como o Carlos Merigo bem comentou: Mas o que importa mesmo para a Pepsi é poder dizer: “o primeiro anúncio de revista com vídeo do mundo”.

Infelizmente, ainda estamos longe do fictício E-paper do USA Today mostrado em Minority Report e da visão da Microsoft para 2019. Esta sim, uma revolução de verdade. Mas, enquanto isso, estas pequenas inovações são bem vindas.