Hora do almoço. Sento-me no sofá para assistir aos gols da rodada. Independente do resultado de meu time, este é um momento que deveria ser de prazer para todo amante de futebol. Seria. Mas tem algo que sempre me tira do sério: as propagandas da tecnomania. Do nada, sem conexão com o assunto, surge aquele vendedor chato falando. Vendendo seu produto com o mesmo texto de sempre. Com os mesmos argumentos. Basicamente, um “horário político obrigatório”... com suas devidas diferenças, é claro.

Primeiramente, não pense que meu objetivo com este post seja para falar mal, de forma específica, desta empresa. Citei o nome dela apenas como um exemplo. Quero tratar, de forma generalizada, sobre todas as propagandas de “merchan” que atuam de forma similar. Empresas que não conseguem tratar o seu cliente com o devido respeito e carinho.

Creme de cabelo, crédito bancário, produto alimentício, aparelhos de ginásticas e tudo mais que a mente humana pode imaginar. É incrível como um publicitário, se é que foi consultado algum, permite a interação de um produto com tanta frieza com o cliente. O rompimento abrupto da programação normal para a propaganda gera um clima de desapontamento para quem assiste. Quantas vezes, ao estar assistindo um programa de humor, todo o clima de alegria se desfaz ao aparecer uma dessas campanhas flash. É incrível como não se percebe isso. Ou será que isso só afeta a mim?

Na segunda-feira, li o ótimo artigo de Eco Moliterno sobre mudança de foco na propaganda. A interrupção de uma determinada ação, solicitando atenção do cliente, não é nada eficiente. Nem sempre estamos dispostos a tal. Conseqüentemente, não gera a comunicação. Alias digo mais: gera antipatia. E isso é muito prejudicial à imagem do produto.

Mas você deve estar se perguntando: mas se este esquema de venda é tão ruim assim, por que é que eles continuam com esta técnica? Porque, de alguma forma, gera renda. Campanhas promocionais (apenas disponíveis para os 50.000 primeiros que ligarem! Ligue, antes que as linhas congestionem!) e diversas formas de pagamento e de parcelamento são um grande atrativo para as diversas classes de clientes. Porém, estas qualidades para atrair consumidores não justificam a forma como a mensagem é passada. Quantas lojas que, embora ofereçam bons produtos e preços chamativos, perdem clientes por péssimos atendimentos. Como diria Fábio Azevedo: "Para vender com ética, primeiro, venda para você mesmo, depois compre de você mesmo, se você ficar satisfeito, estará no caminho”.

Para finalizar, deixo um recado para empresas com campanhas do gênero: Ao elaborarem uma propaganda, pensem melhor no cliente. Elaborem formas melhores de divulgação de seu produto. Formas estas menos invasivas. As melhores publicidades são as que conseguem envolver o público de forma mais natural. Permitindo o envolvimento, interação e curiosidade sobre a marca. Aliás, novas formas de mídia estão aí. Por que não gerar um olhar com carinho para elas? Fica a dica! Pois neste formato atual, já encheu.