Veja meus artigos destacados:

23 de julho de 2009

Recentemente estava assistindo novamente ao trailer do Project Natal da Microsoft. Se você não conhece, veja o vídeo primeiro:



Não é demais? Você pode ficar horas e horas lutando contra um adversário virtual (o Star Wars Kid vai adorar!), atuar como mecânico (um emprego dos sonhos... nem precisará de diploma!), jogar futebol dentro da sala, ver pela TV que você não cabe mais em um vestido (e transmitir para todos seus amigos!), participar do Show do Milhão e continuar sendo um Dalit, etc. As opções são infinitas.

Alias, o slogan também é ótimo: “The only Experience you need is life experience”, ou seja, a única experiência que você precisa é a experiência da vida. Que profundo! Então vamos desligar a TV e sair para passear.

Graças a este anúncio durante a E3 deste ano, a Microsoft conseguiu uma bela repercussão. Tornar possível controlar os jogos apenas com o movimento do corpo, sem precisar segurar nenhum objeto, foi uma estratégia não apenas boa como uma bela cutucada na empresa nipônica Nintendo.

Boa porque com esta forma de interação mais intuitiva eles conseguirão atingir um público bem maior. Ao contrário do console do Mário, o Xbox possui um público fundamentalmente Hardcore (expressão comum usada para jogadores de vídeo-game mais experientes). Isso fica bem claro pelas listas de jogos a serem lançados. Se, como foi mostrado no vídeo, forem produzidos jogos para toda família, eles conseguirão expandir a base de usuários. Com isso, a Microsoft ataca a Nintendo, sua concorrente mais direta, em seus dois pontos chaves: controle inovador e público alvo ampliado.

Quando o Nintendo Wii foi anunciado, nem todos colocavam a mão no fogo por ele. Parecia uma boa idéia, mas a dúvida era: será que um controle inovador seria suficiente para bater de frente com dois outros consoles com poder de hardware muito superior? E não é que o Davi venceu os gigantes! Digo mais: com grande estilo.

Eu já tinha falado em um post passado, as empresas, se quiserem sobreviver, têm que investir em interfaces simples e inovadoras. Acreditar que já está tudo muito bom, não cola mais (a Xerox aprendeu isso da pior forma possível). Mesmo que acabe não dando certo, o importante é arriscar (nossa... parece que estou falando de poker). Existem várias propostas interessantes surgindo: seja com Realidade Aumentada, controle através da mente (alias, se realmente a Nintendo conseguisse lançar um Wii 2.0 controlado pela mente, como sugere a matéria, seria uma bela resposta contra o Project Natal) ou até uma versão maluca do Stephen Colbert.

Agora, é esperar para ver... ou melhor, jogar!

18 de julho de 2009

Estava demorando para surgir esta notícia. A Revista Veja deu uma nota sobre o interesse do governo e da oposição em contratar os serviços da empresa americana Blue State Digital. Ela foi a responsável por coordenar toda a campanha eleitoral do presidente Barack Obama. Graças ao grande foque dado às redes sociais da internet, eles conseguiram atrair não só eleitores como a atenção da mídia (O resultado final não preciso comentar, não é?). Assim, nossos nobres políticos ficaram vislumbrados com a magia dos assessores de imagem gringo, e agora querem importar os seus serviços.

A questão não é um modelo específico. A única “genialidade” no caso americano foi terem contratado a empresa para atingir novos públicos na internet. Empresa que realmente entende o funcionamento da web. Só isso. O resto é só trabalho de marketing (para o candidato e para eles mesmos). Isso pode ser feito por várias agencias nacionais. Tem muita gente boa por aqui, com a visão necessária.

Como explicar isso para um candidato que ainda pensa que a internet é uma rede de computadores? Não que não seja, mas essa expressão é bem 1995. Não expressa em nada a nova posição dos internautas na nova web. É isso que eles têm que enxergar.

Alguns políticos já estão se aventurando nesta nova internet: via site, blog, Twitter, Orkut e tantas outras ferramentas. É o começo. Basta agora contratar uma empresa para fazer um planejamento mais amplo e a longo prazo.

Fiz uma pesquisa sobre os candidatos mais cotados à presidência da república, para ver se estão ou não bem assessorados. Pelo que pude ver, eles realmente estão esperando que a salvação de suas campanhas venha do alto... da América do Norte.

Logo na primeira página do Google, pude encontrar um blog que parecia direcionado a campanha de Dilma Rousseff. Fica claro que não é ela que escreve. Um grupo de pessoas, que aparentemente não tem ligação com ela, administra o blog. Tem até um Twitter, mas com função apenas de feed. Portanto, nenhum meio que realmente aproxime ela do público.


O Aécio Neves está em uma situação ainda pior. Além de nenhum canal de comunicação pessoal (até o site do governo de Minas é absurdamente simples. Olha só a agenda dele), ainda não tem ninguém responsável pelo controle de sua imagem na internet. Veja esse perfil falso dele:


O único que está melhor é o José Serra. Com uma busca simples, já foi possível encontrar um perfil oficial dele. Mesmo que seja uma outra pessoa responsável por escrever por ele, fica claro que existe uma seriedade e qualidade nas mensagens. Parabéns pela iniciativa. É claro, não está nem próximo do nível da campanha do Obama, mas já é um início.

Finalizando, a solução é mais simples que eles podem imaginar. Não existe a necessidade de importar a solução. Boas soluções nacionais é o que não faltam (Sim, nós podemos!). Basta abrir os olhos e dar a devida atenção a este público e também a imagem que está sendo passado de si pela internet.

12 de julho de 2009

Sem dúvida, o assunto que dominou as discussões dos sites e blogs de tecnologia durante a semana foi o anúncio do Google Chrome OS. O confronto entre Google e Microsoft ganha um novo elemento. Agora a empresa líder mundial no setor de buscas se prepara para lançar um Sistema Operacional próprio, competindo assim com o principal produto da empresa de Bill Gates. Será que tem futuro? Gostaria de analisar alguns detalhes.

Uma das características destacadas pelo Google: Um Sistema Operacional leve. Fica claro que eles fizeram questão de pisar no calo do atual produto da Microsoft. Ninguém pode dizer que o Windows Vista foi um fracasso. Depois de um péssimo começo, o software até conseguiu uma difusão maior. Mas ele foi muito criticado pela grande exigência de hardware. Assim, foi uma boa estratégia do Google focar neste ponto. Independente dos resultados apresentados no Windows 7, com certeza eles conseguirão fazer um sistema mais leve (assim como vemos na área dos navegadores: Internet Explorer x Chrome).

Para oferecer os resultados prometidos, eles utilizarão ao extremo o conceito da Computação em nuvem. Para que armazenar seus textos e músicas no HD se você pode manter tudo em servidores na internet? A partir do browser, os usuários poderão acessar todos os aplicativos e dados. Com isso, dizem eles, pouparíamos recursos de hardware e teríamos maior segurança.

Neste ponto temos alguns problemas. Por um lado temos o promissor (muito bem sucedido em algumas áreas) conceito de Computação em nuvem. Na área dos e-mails, eles conseguiram superar quase que por completo os antigos modelos. Mas existem muitas áreas tradicionais ainda (como na área de edição gráfica). A Adobe, por exemplo, já chegou a lançar uma versão online do seu principal produto, o Photoshop Express. É claro que esta versão não é tão completa quanto à versão desktop. Mas já é um avanço. Também poderia citar a área dos jogos. Várias grandes franquias se utilizam de uma instalação na máquina cliente. E o Google já deixou claro: “o objetivo não é o entretenimento local, através de potentes processadores gráficos capazes de executarem jogos”.

Logo, teremos uma certa rejeição perante um certo público. Não somente do público mas também de alguns produtores de software (talvez também os de hardware). Mas é claro, vale lembrar: Este Sistema Operacional está sendo desenvolvido para Netbooks (notebooks menos potentes) inicialmente. Mas, segundo os planos, eles pretendem expandir para outras plataformas. Terão que pensar bem neste quesito.

Outro detalhe que vale a pena a ser analisado: a partir do momento que os dados e aplicativos estão armazenados no ambiente online, passará a ser exigido cada vez mais de uma boa conexão de internet. Infelizmente aqui no Brasil, existe um problema de infra-estrutura para uma rede de qualidade. Seja de acesso a banda larga a todos os locais do Brasil, seja em estabilidade de serviço ou falta de empresas competidoras capazes de abaixar os preços.

Mesmo com a existência de ferramentas de armazenamento off-line dos dados(Google Gear), a necessidade por manter o sistema sempre conectado é maior.

Um último ponto a se discutir é a segurança. O crescimento da quantidade de usuários na internet tem preocupado alguns analistas. A queda temporária de alguns serviços (como o Gmail e o Twitter) são exemplos disso. Eu mesmo já fui alvo disso. Por um bom tempo, utilizei o gerenciador de sites favoritos: Ma.gnolia. Alguns meses atrás eles tiveram um problema em seu servidor e perderam os dados de vários usuários. Agora eles estão tentando se reestruturar e voltar à ativa. Mas acho difícil. Neste caso, eles perderam a credibilidade com parte de seus usuários.

Se por um lado já é comum ver o Twitter ficar fora do ar por alguns momentos, alguns outros serviços não podem se dar a este luxo. Ainda mais em um Sistema Operacional com esta proposta. Será que o mundo está preparado para um projeto assim?

Por essas e outras, eu fico com um pé atrás nesta nova jornada do Google. Acredito que o mercado, no atual momento, não está preparado para isso. Temos que esperar para ver. Mas, quem sabe, possa acabar virando a grande cartada deles. Lembro muito bem do comentário de Charles Geschke, da Adobe, no livro Startup: “Se você está focado no mercado de hoje, quando apresentar a solução para um problema haverá muitas outras no mesmo nicho... É preferível imaginar onde estará o mercado em alguns anos, concentrar-se em uma solução futura e deixar o mercado se esforçar para alcançar você”.

1 de julho de 2009



Ontem li esta notícia da Info: Cadeira de rodas movida pela mente da Toyota (deu um duplo sentido este título com o nome da produtora). Como citado na reportagem, não é um experimento inédito. Mas, a cada novo protótipo, crescem as expectativas em torno da capacidade de ampliar o uso desta técnica. Não há nível Jedi (espero!). Mas para controle de todos os objetos com poder computacional.

Mas o que me chamou a atenção na notícia foi um pequeno detalhe no final do texto: “Para frear a cadeira de rodas, o usuário deve apenas inflar as bochechas, de acordo com os estudiosos”. Hein? As bochechas funcionam com uma espécie de freio de mão... digo, de boca? Por que raios não utilizar a própria mente para fazer isso? (Não será operacional para este ator mexicano).

Assistindo o vídeo, deu pra entender que, na verdade, esta é apenas uma forma de ativar a parada quando algo der errado. Como uma parada de emergência. Ok... melhorou... mas não seria muito melhor criar um botão pra isso? Tá certo, ele quis explorar as possibilidades variadas de interação. Mas chega a ser ridícula a imagem de uma pessoa desesperada querendo parar a cadeira inflando suas bochechas!

Quando a tecnologia do controle mental chegar no ponto ideal, não haverá necessidade da utilização de artifícios “ultrapassados”. Alias, isso me fez lembrar um filme que vi ontem: Ghost in the Shell.

Sem contar muito spoiler, o filme conta a história de um mundo futurista em que o cérebro de cada individuo seria realmente encarado como um computador, permitindo uma comunicação com um sistema (assim como nossa internet agora). Levando as discussões que temos agora sobre privacidade a níveis inimagináveis (bom... pelo menos pra mim. Não para o japonês maluco que criou esta obra).

Mas voltando ao assunto, uma coisa que chamou minha atenção no filme foi a comunicação da Major Kusanagi com os outros membros agencia policial onde ela trabalha. Em alguns momentos você vê seus lábios moverem durante a conversa, mas em outros momentos não (juro que no primeiro momento, antes de entender o motivo, eu fiquei revoltado com os responsáveis pela dublagem do filme). Ou seja, seria possível uma conversa de Skype pelo próprio cérebro!

O me levou a pensar: se eu posso conversar apenas pela intenção da mente, por que eu utilizaria as cordas vocais? Para não perder a perder essa capacidade nata? Para não perder a sanidade? (sim, seria muito estranho e confuso a comunicação neste contexto).

Realmente, não sei. A capacidade de utilização da mente humana (seja a curto/longo prazo, real/ficção) é muito interessante. E de grande avanço nos próximos anos. Só espero que a realidade não siga todos os passos demonstrados nas obras dos filmes e séries. Comentei esses dias no Twitter: Por que todos os cientistas formados em biotecnologia partem para o caminho do mal?