Foram meses de uma larga cobertura mundial das eleições americanas. Propostas levantadas, acusações trocadas e muita ação de marketing, das mais variadas possíveis, foram alvos da atenção de todos nós. Mas o meu objetivo neste post não é avaliar a campanha americana, mas sim, mostrar como foi bem utilizado o recurso das redes sociais para divulgação dos ideais políticos e, até que ponto, estamos atrasados neste quesito.

Em recente postagem no blog do Tiago Dória, foi levantada a história de Chris Hughes, co-fundador do Facebook (a rede social, nos mesmos moldes do Orkut, que é a principal dos Estados Unidos), que foi convidado para planejar e organizar a campanha do presidente eleito Barack Obama. A forma como o eleitor foi convidado para acompanhar e interagir com todo o processo é louvável. Digno de realmente ser chamado de campanha 2.0. Alias, esta mobilização pré-eleição não terminou não! Segundo o blog do João S. Magalhães, foi criado um serviço que seria uma espécie de gabinete virtual. Este site é um espaço aberto para comentários e avaliação sobre a plataforma do governo. Se quiserem conhecer, o link é www.change.gov.

Se no hemisfério norte, o internauta está sendo bem respeitado, infelizmente, a realidade por aqui não foi bem assim. A quantidade de proibições impostas sobre os candidatos era enorme. Cada candidato tinha direito de registrar uma página pessoal junto ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral). E só! Não poderia fazer divulgação em blogs, e-mail marketing, Second Live (estou citando pois faz parte do aviso do TSE. Eu pensei que este serviço tivesse morrido, mas...) e qualquer outro recurso on-line. Mais tarde, foi liberado a distribuição através do Youtube, devido a grande dificuldade de controle sobre todos os vídeos postados diariamente e, segundo eles, porque “a acessibilidade ao YouTube é ampla e irrestrita e funciona como uma complementação da página do candidato”. Hum... e blog não, né? Aproveitando, sobre isto, existe um ótimo comentário da Soninha Francine, ex-candidata à prefeitura de São Paulo este ano, durante o BraincastTV no mês passado: Um eleitor colocar seu apoio sobre determinado candidato no youtube (onde milhões de pessoas assistem) é permitido, porém, o candidato vincular este vídeo, feito pelo eleitor, em seu site (que provavelmente não terá nenhuma visitação) não pode!

É um absurdo. Toda esta falta de conhecimento sobre a internet poderia ser transformada em uma democracia muito mais firme e limpa. Proporcionando a verdadeira interação. Não aquele papo furado defendido pela TV digital, conforme já comentei neste blog. Tudo é uma questão de se estudar bem esta ferramenta digital. Colocar o eleitor realmente como ser pensante. Não vomitar todas aquelas propostas dos candidatos durante o horário eleitoral obrigatório. Alias, se o modelo americano está nos moldes da web 2.0, o brasileiro ainda se mostra como grandes pop-ups, com cor de fundo de doer os olhos, piscando a cada 10 segundos!