Indiscutivelmente, um dos produtos mais comentados nesta última CES (Consumer Electronics Show) foi o leitor de e-books. Uma invasão dos mais variados modelos, cores e recursos. Todos interessados em entrar nesta fatia de mercado que a pouco tempo está sendo explorada. Esta busca se justifica pelos números anunciados deste setor: segundo a Amazon, neste último natal a venda de livros digitais superou, pela primeira vez, a dos exemplares impressos. Alias, no mesmo relatório, foi declarado que o Kindle passou a ser o presente mais popular da história da Amazon.
Seja pela queda dos preços nos leitores, grande espaço de armazenamento, melhora da bateria ou pelo sistema proprietário Wi-fi de venda, a verdade é que este parece ser um setor de grande futuro. Pode até não ter espaço para todas as empresas ingressantes, mas é fato que podemos estar diante de uma mudança de comportamento.
A pergunta é sempre a mesma: os leitores de e-books podem tornar obsoletos os livros impressos? Por mais que a pessoas gostem das novidades tecnológicas, a grande maioria dos comentários que encontro na internet é sempre declarando amor eterno ao papel. Flávia Denise de Magalhães, do blog Livro Livre, fez até a interessante postagem “10 razões porque prefiro ler no papel”.
Eu concordo com ela. Afinal, somos de uma geração que o papel foi fundamental para o ensino, cultura e diversão. Desde a infância: com os gibis da Turma da Mônica, os álbuns de figurinha do Ping-Pong, os livros da série Vaga-lume, livros de colorir, etc. Pesquisar na enciclopédia Barsa ou ir à biblioteca para fazer um trabalho da escola era a única forma disponível. Comprar um jornal na banca era a melhor forma de se estar “atualizado” e não apenas informado. Porém os tempos são outros.
Sucessos de vendas, como o da série Harry Potter, ou o ressurgimento de muitas franquias de quadrinhos (graças aos sucessos hollywoodianos) não são exemplos suficientes para que acreditemos que o futuro do meio impresso permaneça no interesse das novas gerações. A tecnologia ganhou campo como nunca antes. Agora, presente para criança de sete anos é um celular, o mouse serve perfeitamente como novos pincéis em programas infantis de colorir e, quem diria, a única coisa a se colecionar agora são pokemons nos portáteis da Nintendo.
Para uma geração que está acostumada com tudo isso, o uso dos leitores de e-books é mais do que natural. Logo, a substituição poderia sim ser possível. Conforme a própria Flávia indicou no texto acima, para os leitores que tiverem saudade do cheiro de livro novo existe até lata de aerossol para este propósito. Alias, eu quero um!
A partir da idéia que os novos leitores não se incomodariam com o uso deste gadget, a queda do preço dos livros, diminuição de desmatamento e gasto com transporte, tudo isso poderia gerar um cenário até melhor.
O mais importante de tudo é: acima de comodidades e sentimentos nostálgicos, que a cultura seja disseminada. Com mais intensidade. Fomentando a imaginação das pessoas. Discutindo novas metodologias. Sem obrigações, apenas pelo prazer na leitura.
Aviso aos leitores: Estou passando um tempo longe do blog pois estou em um período de reflexão e leitura. Falar sempre não dá certo. Ouvir o que os outros têm a falar também é importante. Mas podem deixar que não abandonarei o blog. Até o próximo post!
© Imagem 1: Richard Manoser
20 de janeiro de 2010
Livros ou leitores de e-book?
Postado por
Kleber Anderson
14:15
Labels
- acessibilidade (1)
- blog (6)
- cotidiano (3)
- dihitt (2)
- economia (1)
- educação (1)
- eleições (1)
- futuro (1)
- google (7)
- inovação (12)
- interação (6)
- internet (25)
- jovem (1)
- marketing (3)
- nostalgia (1)
- notícia (3)
- palestra (1)
- podcast (1)
- produtividade (3)
- profissão (1)
- realidade aumentada (1)
- redes sociais (6)
- sustentabilidade (1)
- tecnologia (4)
- televisão (10)
- tv digital (3)
- twitter (4)
- UNIFEI (1)