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22 de abril de 2010


No exato em que você está lendo este artigo, alguém, em algum lugar do mundo, deve estar lançando algum site/aplicativo/programa que possui algum nível de inovação. Ao mesmo tempo, outra pessoa deve estar conhecendo este produto e fazendo planejamentos para utilizá-lo para fins ilícitos. Não adianta, o ser humano é assim mesmo. A maldade varia conforme o olhar. Não é Alfred Nobel?

O mundo online, que passa a sensação de sermos invisíveis, faz surgir com mais intensidade o desejo por seguir o caminho errado. Os exemplos são os mais variados: os spammers oferecendo prêmios fictícios, os pedófilos em salas de bate-papo, os pervertidos do ChatRoulett, os cavalos de tróia espalhados em jogos inofensivos, etc.

Por esta razão, desenvolvedores de aplicações precisam fazer um bom estudo sobre seu produto. Tentando evitar, da melhor forma possível, possíveis desvios de foco. A segurança dos consumidores é fundamental.

Dias atrás, eu estava lendo uma avaliação sobre um aplicativo para iPhone chamado Urban Signals. Basicamente, o software tem o seguinte objetivo: Você cria um perfil no site do produto, envia uma foto e define seus interesses. Feito isso, você já pode verificar na tela uma espécie de radar: através do GPS, ele mostrará outros usuários próximos de você que estão usando o produto. Caso se interesse pela pessoa, pode ser iniciada uma conversa e, quem sabe, marcar um encontro.


Traduzindo: um blind date mobile.

A idéia passa longe de ser original. Existem muitos casos que já se utilizaram desta técnica. Se de um lado este aplicativo permite algumas possibilidades interessantes de interação (encontrar amigos por perto, por exemplo), muitos golpes podem ser praticados. Pense bem: Uma foto sedutora, marca-se um encontro em uma rua estratégica e ZAZ! Restará apenas um boletim de ocorrência.

Quando temos a junção do desejo por conhecer pessoas desconhecidas com a necessidade de portar um equipamento caro junto de si, temos uma situação que demanda muita sabedoria por parte do proprietário. Somando ao aumento de notícias de roubos de celulares (nas grandes capitais, principalmente), esta pode ser um perigo real.

Portanto, que este texto sirva como alerta. Toda interação das redes sociais são benéficas se agidas com sabedoria. Nunca se sabe que tipo de usuário estará do outro lado.

12 de abril de 2010


Dias atrás, eu estava assistindo ao filme Hardwired. A trama do filme até prometia: após um acidente, Cuba Gooding Jr acorda em um hospital. Ele não se lembra de nada. Inclusive de quem é. Para completar, ele começa a ter algumas visões. Logo descobrimos que foi implantado um chip em seu cérebro, tendo como objetivo, exibir campanhas publicitárias, em Realidade Aumentada, direcionada especificamente para ele.

Como o tema é de meu interesse, fiquei animado, afinal, este é o tema de meu TCC na universidade (sobre Realidade Aumentada, não implante de chips!). Gostei também da idéia do filme em criar uma cidade totalmente dominada por empresas, tentando a qualquer custo conquistar os clientes. É uma pena que o desenvolvimento do roteiro ser fraco. Algumas justificativas para os atos foram dignas de Tião Gavião.

Outra coisa que incomodou foi o excesso de Product Placement (se é que eu posso usar esta definição). Logomarcas espalhadas em todos os cantos da cidade... isso já temos. Agora, em alguns locais inusitados, eu não entendi. Não convenceu ver propaganda da Playboy na Estátua da Liberdade e de Gatorade no Taj Mahal! (Sério! Procurei mas não encontrei fotos para ilustrar este post).

Se não bastasse tudo isso, os produtores resolvem escalar o péssimo Val Kilmer como vilão do filme. Ao contrário da Sandra Bullock, suas honrosas nomeações ao Framboesa de Ouro são dignas. Eis uma imagem de seu personagem (que estranhamente não tem nenhuma semelhança com o divulgado na capa do filme).


Deixando a parte ruim de lado, alguns itens ficaram faltando e outros poderiam ser discutidos com mais ênfase: propaganda direcionada, diferentes formas de exibição e integração com a Realidade Aumentada... mas, acima de tudo, o ponto chave: privacidade.

O estupro de colocar um chip no pescoço de alguém geraria reações revoltosas. Muito mais intensa do que a apresentada. É diferente de, por exemplo, tomar, espontaneamente, uma pílula vermelha com o objetivo de rastrear sua rede neural.

No filme, todo debate sobre o assunto foi simplesmente reprimido com a adição de um recurso: diante de reações não aceitáveis por parte da cobaia, era possível ativar uma espécie de arma imobilizadora. Poxa! Se não bastasse a cenoura presa na vara de pescar, tinha que colocar rédea também? Cruel! Muito cruel!

A adição deste recurso, além de apelativa, gerou espaço para grandes furos com o passar do filme. Seria muito mais interessante mostrar a repercussão, por parte da mídia, após a revelação dos tais implantes. Mas, infelizmente, este não foi o rumo tomado. O resultado: as notas dos críticos dizem por si só.