Eu meu último post sobre a interface de dispositivos de sucesso, pude mostrar a importância de possibilitar novas formas de interação aos usuários. Já neste texto, quero tratar de forma mais específica sobre o desktop, este nosso campo de acesso a todos os recursos computacionais.

A evolução que tivemos desde o início foi bem interessante. De complexos comandos de texto, chegamos agora a uma experiência bem mais intuitiva com o uso do mouse. O uso dos cliques, arrastos e rolagem já são bem comuns para todos nós. Porém um detalhe ainda permanece até agora: a visão 2D. Embora existam alguns recursos que tentem simular alguns recursos tridimensionais (geralmente ligados no ato de interagir com janelas e sessões de telas). Mas, mesmo assim, essa experiência é muito pobre. Algo mais audacioso tem que surgir. Que consiga conciliar novidade, praticidade e, acima de tudo, ser intuitivo.

Esta é uma tarefa complicada. Mas existe muita gente batalhando para tornar isso realidade. Como exemplo disso, existe este projeto de Anand Agarawala. Sua idéia é um desktop que possui toda uma visão tridimensional (veja a imagem que ilustra este post). Você consegue clicar, arrastar e jogar os ícones pela tela, tal qual um objeto sobre a mesa. A qualidade da reação dos ícones, diante das ações do mouse, chama a atenção. Seria uma forma bem interessante de se pensar sobre o assunto.

Porém, a meu ver, ainda não é a solução correta. Depois de tanto tempo preso no modelo atual, gostaria de algo muito mais revolucionário! Algo que realmente coloque o usuário em um ambiente 3D. Afinal, estamos vivendo em uma geração que se acostumou com os jogos eletrônicos e seus belos mundos tridimensionais. Por que não importar este ambiente para nossos computadores?

Eu não vejo a solução nos moldes do Second Live (com uma visão em terceira, vendo seu avatar por trás). Alias, este jogo se mostrou, no início, como um possível molde para uma futura internet. Com o objetivo de deixar os usuários da rede mais participativos. Porém o resultado não vingou. Caiu no esquecimento tão rápido quanto seu rival Google Lively. Alias, Eu acho que o problema não foi nem o formato de agir do jogo. O problema foi a falta de conteúdo mesmo.

Para o desktop, eu imagino uma visão no estilo Doom (em primeira pessoa). Caminhando com o mouse através de um quarto tridimensional, totalmente customizado, e escolhendo o arquivo desejado entre os objetos existentes. Com TVs ou quadros podendo representar as telas de leitura. Com os avatares dos seus amigos entrando no quarto para começar um bate-papo. Alias, esta é uma característica que deve, ou pelo menos deveria, ser padrão futuro, que é a falta de distinção entre desktop e o ambiente da internet. Sem a necessidade de ficar preso a um navegador. Serviços da web sendo representados por elementos físicos do desktop. Seria uma experiência bem mais recompensadora.

Se você leu este artigo até aqui, pode até estar achando que é muita loucura minha. Mas é algo que eu acredito. Uma necessidade por novidades. De romper fronteiras. Bem no estilo das inovações de interface que temos vivido. Pode anotar no teu caderno aí! Daqui alguns anos você me cobra! :D